segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O livro didático e o ensino interativo

* Daniela Costa de Mendoza

Resumo

Este artigo aborda a forma como os livros didáticos são utilizados em sala de aula, levando em conta as implicações que isso tem na aprendizagem do aluno. O foco é avaliar as causas e conseqüências de um despreparo do professor para conseguir fazer uso do livro didático como um auxílio do seu trabalho. Portanto, me proponho a fazer uma análise do livro didático a partir dos dois principais atores do processo ensino-aprendizagem, o professor e o aluno. Por fim, relaciono a educação participativa com três ingredientes do ensino (livro didático, computador e professor), levando em conta as disponibilidades de se trabalhar de forma interativa com esses materiais.

Palavras-chave: livro didático, ensino, prática, professor, interatividade e utilização.

Introdução

Este artigo tem o objetivo de analisar o papel do livro didático na sala de aula, levando em consideração suas influências na prática do professor. O foco, aqui, é o aluno, considerando as implicações que ele sofre através de um ensino guiado pelo livro didático. Até que ponto este tipo de ensino possibilita que o aluno se coloque, e qual o espaço que lhe sobra para suas interferências e construções?
É possível notar, muitas vezes, uma conotação equivocada para com os livros didáticos na prática da sala de aula. Esses livros deixam de ser adotados como referências e passam a assumir uma posição em desataque no espaço escolar. O professor torna-se um mero agente que reproduz tudo que está no livro. Nesses casos, qual é o papel do professor, e porque ele assume esta postura?
Levando em consideração uma nova postura de ensino advinda da revolução tecnológica, pretendo abordar a utilização do computador em sala de aula, como uma mídia capaz de possibilitar ao aluno uma postura interativa. Contudo, trago a seguinte reflexão: As mídias utilizadas na escola podem ser responsáveis pela dinâmica na sala de aula?

O livro didático e o professor
O sistema de ensino concebe aos livros didáticos a função de orientar a prática pedagógica, são considerados como materiais de suporte, capazes de facilitar a organização do ensino. Contudo, há críticas, pois é comum eles serem adotados pelos professores como um manual do ensino. Além dos conteúdos, o LD assume, em muitos casos, um papel responsável pela metodologia que os professores utilizavam, fazendo lembrar o modelo da cartilha.
É possível notar essa visão na fala de Soares quando ela diz que o papel ideal para o livro didático seria a sua utilização em forma de apoio ao trabalho do professor. Diferente de Soares, penso que a forma ideal de se trabalhar com os livros didáticos e as diversas mídias e materiais não está na sua utilização em forma de apoio, pois dessa forma eles continuarão sendo entendidos como um suporte do ensino. Percebam que a partir do momento que eles são visto como apoio, o professor permanece numa posição deficiente, em que necessita de materiais para se apoiar. Acredito que o LD pode servir para orientar o professor sobre determinados conteúdos, mas deve ser utilizado de forma dinâmica e questionadora, de tal forma que o professor e o aluno reconstruam um modelo tradicional, de verdades prontas e inquestionáveis.

“... O papel ideal seria que o livro didático fosse apenas um apoio, mas não o roteiro do trabalho dele. Na verdade isso dificilmente se concretiza, não por culpa do professor, [...] por culpa das condições de trabalho que o professor tem hoje. Um professor hoje nesse país, para ele minimamente sobreviver, ele tem que dar aulas o dia inteiro, de manhã, de tarde e, freqüentemente, até a noite. Então, é uma pessoa que não tem tempo de preparar aula, que não tem tempo de se atualizar. A conseqüência é que ele se apóia muito no livro didático. Idealmente, o livro didático devia ser apenas um suporte, um apoio, mas na verdade ele realmente acaba sendo a diretriz básica do professor no seu ensino.” (Soares, 2002).

Na fala de Soares podemos analisar a situação sob o lado do professor, ao invés de apenas criticarmos a postura inadequada na utilização do LD, passamos a pensar o que leva o professor a assumir essa postura. Nossos professores são despreparados para elaborar aulas mais criativas, muito, por conseqüência da desvalorização da profissão.
Por outro lado, uns dos agravantes desse uso absoluto do LD é a questão da importação de opiniões presentes no material, ou seja, o professor ao fazer o uso “bitolado” deixa de ser um mediador e passa a ser um transmissor do LD. Assim sendo, não podemos deixar de refletir sobre uma questão muito polêmica no que tange ao LD: o seu cunho ideológico e suas especificidades regionais.

“O livro didático (LD) não pode ser compreendido isoladamente, fora do contexto escolar e social. É um produto cultural - com suas especificidades, é claro - e, portanto, conformado segundo a lógica da escola e da sociedade onde está inserido.” (Davies, s/d).

Esses dois pontos fazem necessária uma postura mais colocada do professor em relação ao LD, afinal ele deve filtrar as informações ali presentes e passar para seus alunos de forma mais critica e direcionada.

O livro didático e o aluno
Quais são as implicações dos ensinos guiados pelo livro didático? Até que ponto este tipo de ensino possibilita que o aluno se coloque, e qual o espaço que lhes sobram para suas interferências e construções? Essas questões já sinalizadas na introdução explicitam a problematização do meu artigo e serão os pontos propulsores deste tópico.
Em primeiro lugar, temos que compreender que o aluno necessita de diversificação de materiais para poder conhecer maneiras diferentes de trabalhar um assunto e assim, ter acesso àquela maneira que mais lhe agrada e mais se identifica. Dessa forma, o aluno poderá ter possibilidades de se encontrar no espaço escolar, deixando de ser apenas coadjuvante desse espaço.
O ensino guiado pelo livro didático não disponibiliza momentos para que o aluno crie e invente suas hipóteses e atividades próprias, afinal, este acaba por seguir um padrão que lhe é dado, onde ele preenche lacunas e se adapta, ou não, a um modelo ditado pelo professor. Nesse caso, a educação não é transformadora, ela apenas ingere e reproduz as informações prontas.
Portanto, o professor não deve fazer uso apenas do livro didático. Os cartazes, as histórias em quadrinhos, cordéis, revistas, jornais, são apenas alguns exemplos de outros impressos que podem e devem ser utilizados em paralelo, ou como complemento do livro didático. Esses materiais poderão dinamizar a aula e oportunizar aos alunos a construção das suas atividades.

Livro didático X computador
A inserção do computador no espaço escolar pode trazer muitas possibilidades para trabalhar com o aluno de maneira mais interativa, em que ele produza e interaja com o professor, os colegas e os objetos de estudo.
O computador é um material que necessita, a todo tempo, da interação do usuário para que funcione. Dessa forma, o aluno não passará a aula apenas como espectador, ele poderá pesquisar simultaneamente à aula e trazer contribuições a partir de então. Além disso, o computador disponibiliza um mundo de possibilidades para que o aluno construa seus próprios materiais. Mas será que basta inserir o computador no ambiente escolar para que isso ocorra?
A maior importância numa pratica dinâmica e interativa está na postura do professor e nas prioridades que ele atribui ao ensino. Um professor de metodologia tradicional, que prioriza uma sala de aula comportada, em que todos permaneçam calados, onde só o professor fala, com certeza não irá utilizar o computador de acordo com o modelo acima. Não será o computador ou o livro didático que possibilitará a essa turma uma aula em que os alunos se coloquem. Dessa mesma forma, um professor que acredite na aprendizagem interativa, poderá possibilitar isso através, até mesmo, dos livros didáticos.

Considerações finais
Penso que o ensino deve acontecer de maneira interativa, possibilitando ao aluno um espaço em que ele se coloque e crie ou interfira nos objetos de estudo, dessa forma, nossos alunos poderão construir e produzir conhecimentos de forma sólida, produtiva e crítica. Contudo, acredito que o “segredo” da educação interativa está na formação do professor. A responsabilidade pela forma como o ensino é conduzido não está na mídia, mas sim no professor, ou melhor, na metodologia e na prática de ensino desse professor.
Em contrapartida a formação do professor não é absolutamente responsável pela melhoria do ensino. O professor tem que estar preparado e instruído para possibilitar que seus alunos tornem-se cidadãos críticos, mas as condições de emprego desses professores têm grande responsabilidade pelos maus processos do ensino, pois, como foi dito na citação de Soares, nossos professores necessitam, muitas vezes, trabalhar de manhã, de tarde e até a noite, além disso, eles corrigem provas e têm de planejar aulas, então acabam que, rotineiramente, se apóiam nos livros didáticos ao invés de planejarem suas aulas.

* Graduanda de pedagogia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Este artigo é requisito parcial para a disciplina Tecnologia Contemporânea e educação, ministrada pela professora Maria Helena Bonilla.

Referências:
SOARES, Magda. O livro didático e a escolarização da leitura. 2002. Disponível em <> Acessado em 25 de novembro, 2007.

DAVIES, Nicholas. “Livro didático: apoio ao professor ou vilão do ensino de história?”. s/d. Disponível em <> Acessado em 25 de novembro, 2007

terça-feira, 27 de novembro de 2007

6º Oficina de inclusão digital

Hoje fui assistir a oficina de inclução digital, no IAT. Em primeiro lugar queria ressaltar que esse lugar é muito escondido e me perdi toda para chegar lá. Bom, mas vencido essa etapa, esperei até 2:30, quando as ofinas começaram.
Estavam acontecendo várias oficinas simultaneamente, em salas separadas. Começei assistindo a oficina de elaboração de projetos, que teve um número de pessoas acima do que eles esperavam e acabou deixando de ser uma oficina e se tornando um apresentação participativa. Pude fazer uma esquematização da seguinte forma:
Elabora-se projetos para: Captação de recursos, problemas sociais e sustentabilidade.
Começamos um projeto analizando o nivel de indentidade, ou seja, questionando quem sou eu, o que eu me proponho, quais são os meus problemas e o que eu quero transformar. Em segida falou-se das instâncias de um projeto: em primeiro, problema social, em segundo, acessoria na capactação de recursos, e por último, sistematização das idéias. Assim, o projeto poderá servir para três coisas: fazer um projeto de vida, encontrar parcerias ou dividir o projeto com alguém.
Assisti a apresentação até essa parte, e me dirigi para outra sala para participar de um debate sobre lixo eletrônico. Afinal, queria assistir algo mais direcionado para as questões tecnologicas.
Quando cheguei nesse debate estavam terminando de falar sobre: projeto computador para inclusão.
Aqui, pude pegar as seguintes questões:
- os eletros eletronicos trazem para o lixo uma qualidade digital.
- No Brasil tem pouca legislação sobre resídos sólidos.
- Em 2004 havia 315 milhões de computadores descartados no planeta.
- Nos EUA, em 1998, 20 milhões de comp. teriam como destino: canto da casa ou empresa (70%); aterro sanitário (15%); reciclagem (11%)e doação (3%).
- A maior parte da composição do computador é possível de recuperar, apenas 6% não permiti isso.

"inclusão digital promovidas para paises desenvolvidos para paises subdesenvolvidos."
Essa frase levou a seguinte analise: Os paises desenvolvidos doam o "lixo" deles, os computadores sucatiados com a desculpa de ser uma inclusão promovida.

Conceito aprendido: ELETRONICOS VERDES
É quando a maioria dos materiais que compõem o eletronico possibilitam a reciclagem, ou, se jogados nos aterros sanitários não causarão danos aos lençois freáticos, solo e etc. O greenpeace, hoje, está solicitando que as empresas explicitem a composição dos eletronicos por elas produzidos, então surge esse conceito de eletronico verde.

Aula do dia 20/11

Finalmente chegou o dia do nosso seminário!! No início pensei que fosse ficar nervosa, afinal só restaram duas componetes da equipe (Fernanda e eu), mas foi muito tranquilo e achei bem legal. Começamos o seminário já trazendo uma grande polêmica sobre os impressos. Os impressos serão substituidos pela tecnologia? Fernanda defendeu que não, afinal uma mídia não pode oprimir a outra, mas sim serem usadas como complementos, além disso os impressos tem um papel forte na nossa sociedade e temos uma necessidade de utilizar o papel e a caneta. Defendi que, num futuro mais distante poderá sim haver essa substituição, afinal haverá uma crise ambiental e ,talvez, não tenha mais condições de se produzir tanto papel, mas o que foi colocado é que os computadores, também, trazem fortes impactos ambientais. Por outro lado, acredito que essa necessidade do papel e caneta é uma questão cultura e que estamos acostumados a isso, contudo essa substituição só poderá acontecer quando a tecnologia estiver mais avançada e for de livre acesso para todos.
Só ai já deu pano para manga, muitos se colocaram, mas infelizmente como fomos o último grupo a se apresentar muita gente já tinha ido embora.
A discussão foi caminhando de acordo com as colocações das pessoas. Passamos então a refletir sobre a importância dos impressos na aprendizagem, e chegamos a conclusão que é importante trazer materiais concretos para que o aluno possa visualizar o que está aprendendo, mas não necessariamente esse material tem que ser um impresso. Falamos, também, do preparo do professor para lidar com esses materiais. O carater ideologico enraizados nos livros didático requerem mais instrução por parte do professor para fazer analises críticas e estimular seus alunos a lerem criticamente.

Aula do dia 13/11

Nessa aula, ministrada pela mestranda de Bonilla, Amaleide Lima, discutimos sobre política pública das tecnologias e educação.
O conceito de política pública diz respeito as normativas do gorverno para os incentivos sociais. Vejo isso, como um planejamanto elaborado pelo governo para determinar as ações de uma determinada área para a sociedade. Ou seja, as políticas públicas seriam um conjunto de normas que o governor determina como prioridades das necessidades de atuação de uma área (educação, esportes, meio ambiente, etc).

Aula do dia 06/11

Nessa aula aconteceram o seminario de Rádio e educação e o de Tv e vídeo e educação.
Apesar de não está presente nesse dia, ouvi bons comentários sobre a apresentação de rádio, soube que eles fizeram "a dinâmica do repolho". uma bola de papel rodou entre as pessoas, ao memso tempo que tocava uma música, quando a música parava quem tivesse com a bol atinha que destacar um papel e ler a pergunta.
Adorei a idéia e acho que esse tipo de seminário é bastante produtivo, pois estimula a participação, até dos mais tímidos. Acredito que é isso que bonilla quer, quando ela fala em fazer um seminário fora dos padrões, em que os componentes cheguem com suas falas prontas e os outros apenas oussam, só perguntando no final. A proposta de trazer pontos polêmicos e que todos possam contribuir é bastante interessante, e talvez até mais produtivo.

Aula do dia 30/10

Nessa aula me reunir com minha equipe para pesquisarmos sobre o seminário de impressos. Podemos oraganizar algumas idéias e elaborar o roteiro para nossa apresentação, pensamos em falar sobre: o histórico dos impressos, a formação de professores, política pública e os tipo de impressos.
Pensamos, também, em falar algo sobre a evolução da imprensa até a chegada da internet, abordando sobre a lingua culta e internets.
Deu para sentir que o assunto é vasto, temos diversos tipos de impressos e muitas formas como eles podem ser trabalhados, inclusive dá para comparar a utilização dos impressos com a utilização do computador.
Mas, o que mais me facinou foi a formação de professores para lidar com os impressos, irei me aprofundar nisso!

Aula do dia 04/09

Nessa aula aconteceram duas oficinas para a produção multimídia: oficina de áudio com Moisés que ensinou como utilizar o software de audacity, um editor de áudio e outra oficina de vídeo com Tiago Figueiredo sobre o Kino, um software para edição de vídeos.